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quarta-feira, 21 de março de 2012

Contexto Histórico do Bairro



Densamente povoado e desordenadamente urbanizado, tem sua origem nas 
fazendas dos coronéis e chácaras onde as pessoas cultivavam agricultura de subsistência, cultivo  de frutos como jaca, laranja, fruta-pão, coco, abacate, banana e outras frutas.
Para alguns, o nome Engomadeira vem das lavadeiras e engomadeiras que serviam aos quartéis das 
Forças Armadas,  para outros,  tem origem bantu “ngoma”, que significa tambor no candomblé de 
Angola.
 











COMOBE - Conselho de Moradores do Bairro de Engomadeira

ESCOLINHA COMUNITÁRIA FONTE DO SABER

BICA



Objetivos

Fazer o reconhecimento do  bairro de nascimento, seu desenvolvimento e valorização deste para população;
Reconhecer que o trabalho realizado tem a ver com minha história pessoal, minhas opções de vida, minhas realizações e meus valores.

As chácaras do Cabula

O bairro do Cabula era formado por fazendas e chácaras e seus donos foram os primeiros a se instalarem. O Cabula foi doado a Antonio de Ataíde - Conde da Castanheira - pelo seu primo-irmão, Tomé de Souza. Antonio acabou arrendando esta área para o senhor Natal Cascão.
Meados do século passado, existiam fazendas de coronéis e chácaras onde as pessoas cultivavam agricultura de subsistência e preservavam fontes e nascentes utilizadas nas tarefas domésticas, no lazer e nos ritos às divindades afro-brasileiras. 

Negra Zeferina - Quilombo do Urubu

Zeferina era líder do Quilombo do Urubu, época da escravidão bando de negros/negras de origem Angolano buscam refúgio nas matas do atual Parque São Bartolomeu, dando origem ao Quilombo do Urubu.
Quilombo do Urubu estava localizado nas imediações da lagoa do Orobu em Cajazeiras, na cidade de Salvador. Possuía uma estrutura baseado no culto dos aos  ancestrais  africanos(Orixás, Nkisis ou Vandusis)

Ex-aluna da UNEB e Ex-moradora da Engomadeira.


Em 1990 , passei no vestibular, para a Universidade do Estado da Bahia - UNEB , curso de pedagogia ,tão e somente para esta universidade . Por ser próximo ao bairro ,Engomadeira, onde eu morava e por ter aulas em horários determinados. Desta forma, não precisaria gastar tempo nem dinheiro com transporte para locomoção de um campus a outro, como acontece com alunos/as da UFBA .

Nesta época morava na rua que na verdade é uma avenida. Avenida Bom Jardim, quando falei aos vizinhos , todos ficaram felizes, muitos nem sabiam o que era uma universidade. Os mais velhos perguntavam se era emprego , se eu ia ganhar dinheiro. Os mais novos que estudavam e estavam informados, diziam: a primeira moradora da rua a passar na universidade . As minhas amigas do bairro diziam: você é a primeira moradora do bairro engomadeira a passar no vestibular da UNEB ( do ciclo de amigos/as e conhecidos/as).

Minha expectativa era grande, pois não sabia muito bem o que iria acontecer dali em diante. Na verdade , eu queria continuar estudando e sabia que o caminho era a universidade .Isto, iria ampliar os meus horizontes , mudaria a minha história, da minha família ,pois fui a primeira filha a fazer uma universidade. E também, a história do bairro, uma vez que incomodava-me muito ouvi dizer que Engomadeira , só engoma. Eu sentia que Engomadeira era muito mais.

Naquela época, a universidade era distante dos bairros onde ela estava e está instalada, embora ela tivesse alguns projetos para atrair a comunidade tipo, aulas de ginástica ,mas, não existia um projeto para atrair estes moradores, estudantes , jovens para suas salas. Projeto que possibilitasse o ingresso como alunos universitário .

Na universidade, no curso de educação no turno matutino eu era a única aluna que morava na Engomadeira. Nunca , senti-me discriminada por isso, quando algum colega questionava sobre o lugar, como era o bairro, se era violento. Eu afirmava, é um bairro popular com trabalhadores/as , estudantes e que tem seus problemas como qualquer bairro popular deste país. E que nunca tive nenhum problema de violência , inclusive que durante o ensino médio chegava do colégio, meia- noite .E às vezes, não tinha ônibus , andava da entrada do bairro até o fim de linha . Na verdade, sabia que eu privilegiada, pois mesmo tendo estudado em escola pública, fiz o vestibular, concorri com quarenta pessoas a uma vaga , passei e ainda morava próximo a universidade . Em fim, subir um degrau no mundo do conhecimento, alcancei um patamar que ainda hoje é restrito a poucos, pouquíssimos. 

Andreia Rocha Gomes

Conversa Informal

Nascida e criada na Engomadeira hoje com 64 anos a entrevistada conta que sua mãe chegou na Engomadeira na Rua nova, ainda  muito moça, o lugar não tinha quase nenhum habitante era uma roça, não tinha água, luz, e o coletivo as pessoas tinham que se deslocar para  pegar  no retiro, sua mãe era lavadeira, então lembrar quando criança descia mais sua mãe para carregar e lavar roupa na fonte de Nanã. A fonte era cuidada pelo Terreiro de Nanã por ser na mesma localidade.

Pedir para falar um pouco sobre as diversões  e festas da época:

A entrevistada começou um relato sobre as festas nos terreiros de candomblé - Terreiro Viva Deus, Filho de Gitú, Engana Zambi, Terreiro de Nanã, era uma diversão na época todos podiam participar, finalizou dizendo hoje não existe mais festas de candomblé para diversão;  as festas na Sede só ia quando a mãe deixava; tinha um bloco de carnaval chamado Caipora.
Gostava muito do bairro de Engomadeira é um comércio muito bom, não precisa mais sair a  todo momento do bairro para comprar algo, mas posto de saúde é insuficiente e a segurança do bairro precisa ser reforçada.
Na conversa  relata a satisfação de sua filha ter passado no vestibular da UNEB,  na década de 90 as pessoas queriam conhecer a menina.
Atualmente, não reside mais no bairro, mas tem familiares que ainda reside na Engomadeira.



Nanã


 
Dia: Terça-feira
Cores: Anil, Branco e Roxo
Símbolo: Bastão de hastes de palmeira (Ibiri)
Elemento: Terra, Água, Lodo
Domínios: Vida e Morte, Saúde e Maternidade
Saudação: Salubá!
Nanã, a deusa dos mistérios, é uma divindade de origem simultânea à criação do mundo, o seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e para os povo Jeje, da região do antigo Daomé (monarquia tribais do período colonial) significa "Mãe".